top of page

Escultura rústica em madeira (amburana e jaqueira) de figuras populares do nordeste, feita por Mestre Mito de Olinda, Pernambuco.
 

 

Aldemir Elias do Nascimento - Mestre Mito
 

Aldemir Elias do Nascimento é pernambucano, de Recife, aprendeu o ofício de artesão em Olinda - onde passou toda infância e juventude - com o mestre Gilberto Carcará fazendo trabalhos com a casca do cajá, tradicionais na região. Ainda adolescente, com quatorze anos, começou esculpindo pequenas bijuterias para ajudar na produção de peças criadas pela esposa de Gilberto, também artesã, diante de um aumento repentino de demanda. Na época ele já era um escultor experiente e, aos poucos, Mito foi passando a ajudá-lo na execução de suas esculturas. E foi na madeira que se encontrou: “No processo de criação a madeira ajuda a criar, é como se ela falasse o que quer que eu faça com ela”. Trabalharam juntos por cerca de sete anos e então Mito sentiu que era o momento de se descobrir sozinho. Reunindo pedaços de madeira de demolição que encontrava pela rua, passou a experimentar a criação de pequenas peças. Foi se aprimorando, conhecendo outras ferramentas, mas permanecia em busca de uma identidade. “Ainda estava na sombra do que Gilberto fazia”.Aos 16 anos mudou-se para a cidade de Paulista, região metropolitana de Recife, e seguiu em seu processo autoral de criação e reconhecimento. Na busca por resultados financeiros mais sólidos, ocupou-se com outras atividades, fez do tempo um aliado. Até que, em 2013, aos 36 anos, teve a oportunidade de sua primeira participação na Fenneart, a maior feira do setor na América Latina. Precisava retomar, desenvolver outras propostas e aos poucos passou a esculpir figuras humanas, cenas do cotidiano, surgiram peças utilitárias, e então veio a ideia do primeiro banco quando decidiu acrescentar o assento em uma das suas criações. Encontrou, naquele momento, sua marca registrada, que o passou a lhe render, enfim, visibilidade e mercado. Grande parte do material utilizado por Mito é recolhido pela região. Ele se utiliza de árvores mortas, tombadas, raízes e madeiras descartadas, de demolição, fazendo um trabalho de coleta nas ruas e nos lixos. “É uma madeira marcada mas muito útil." Outra parte do material é comprada de fornecedores certificados. Utiliza essencialmente a massaranduba, a jaqueira e o jatobá. Por último o cipó caboclo, uma fibra vegetal natural que dá forma aos delicados braços de cada um de seus personagens”, que Mito coleta seco. "As partes que secam caem e eu pego. Às vezes ele rama do chão mesmo. Esse cipó tem que ter um controle você não pode ir tirando. Tudo o que é verde a gente não toca em nada." O artesão também utiliza a quenga de côco para produzir a saia de alguns dos bonecos, um material disponível em Olinda mas que só os percebeu agora. “Muitas vezes via esse material sendo destruído, queimado, sub-aproveitado. Comecei a aproveitá-lo nas peças.Praticamente todo seu trabalho é manual, com uso de formão e batedor para lapidar e uso de equipamentos de corte apenas em algumas fases. Dentro do processo produtivo, Mito utiliza os próprios refugos resultantes do entalhe em outras criações - uma de suas peças é fruto desse reaproveitamento: uma boneca sentada de braços abertos pedindo um abraço. Ao cortar o assento dos bancos sobram quatro pontas (triângulos) que são transformadas em quatro outras peças. "A gente dá só as cavacos e coloca os braços." Mito não desenha. Com a madeira e as ferramentas em mãos, sai criando. “Já está na mente." Após esculpir dá o acabamento manual com a lixa e a esposa realiza a pintura com tinta acrílica. Por último aplicam a proteção do selador fosco. Em um pequeno núcleo familiar de produção se orgulha do filho já estar aprendendo o oficio. 

Escultura Busto Figuras Populares - Mestre Mito (PE)

  • Técnica:
    Madeira entalhada e pintada.
    Por ser uma peça feita artesanalmente podem haver alterações nas cores das esculturas.

    Material:
    Madeira de lei.

    Medidas:
    PP: (Alt. x Lar. x Prof.): 20x10 cm

Produtos relacionados

bottom of page